A Preá e a Cobra

Aldy Carvalho

R$50,00

Descrição

“Ao dedicar sua fábula “Para todas as crianças da Terra”, Aldy Carvalho, sem perceber, dedica seu texto a todas as pessoas da Terra, leitoras ou ouvintes, que, porventura, tomem contato com a obra A Preá e a Cobra.

As crianças, ao conhecerem essa fábula, perceberão como na vida podemos ter surpresas ao lado daqueles que estão à nossa volta. Constatarão os adultos que nem sempre se pode contar com a generosidade e a solidariedade de tantos que nos rodeiam. No entanto, notarão – crianças e adultos – que pode haver também fios de esperança na bondade das pessoas, sobretudo, da parte de quem nem imaginamos.”

Simão Pedro dos Santos (Pedro Pernambuco)

Professor adjunto do Colegiado de Letras da Universidade de Pernambuco (UPE), campus Petrolina.

O AUTOR

Olá, sou Aldy Carvalho e também sou poeta, cantador, escritor, compositor e violonista. Nasci em Petrolina, no sertão de Pernambuco. Minha arte mescla, de maneira peculiar, meu universo de origem: o Nordeste.
Meu trabalho de compositor e cantador é povoado de xotes, baiões, toadas, martelos, emboladas, cantigas de roda, sagas e fábulas.
Um ajuntado de cantigas — o lirismo do Sertão — das léguas que andei.
Desde muito cedo, eu inventava e contava histórias e causos e me reunia com meus amigos e familiares na calçada, no terreiro, no alpendre, para a contação de histórias, de causos de assombração, de anedotas e de adivinhas.
Minha discografia é composta dos álbuns Redemoinho, Alforje, Cantos d’algibeira e SerTão andante, e tive participação especial na obra
Espelho d’água, do cantador Dércio Marques, e nos volumes 5 e 6 da série Festivais do Brasil. Compus música original para o documentário Memórias da boca (São Paulo, 2015) e para o filme Cantigas: o Sertão e suas danças, do diretor
Luciano Peixinho (Petrolina, 2019).
De minha obra literária, destacam-se os livros de contos Memórias de alforje: 5 contos do cantador (Multifoco, 2018) e VIA-SACRA: o caminho da luz, em parceria com o poeta João Gomes de Sá (Nova Alexandria, 2019), e os cordéis A História das Copas do Mundo em cordel (Luzeiro, 2010, publicação coletiva), A ganância de um preguiçoso (Luzeiro, 2011) e No reino dos imbuzeiros (Luzeiro, 2011). Meu poema-música “Giralume” foi inserido na obra didática Campo aberto: Educação do campo: 4º e 5º anos, pela Global Editora.

Instagram: @aldy.carvalho

O ILUSTRADOR

Olá, sou Rafael Limaverde, grafiteiro, gravador, ilustrador e autor de livros infantis. Eu me formei em Artes Visuais pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará.
Desde criança, de tempos em tempos, vou ao Cariri, lá na Serra do Araripe (CE). Foi lá que aprendi a admirar toda a beleza da fauna e da flora nordestinas. Estou feliz de ter ilustrado este livro e de poder dividir com você a riqueza que é a natureza do sertão.
Bom, espero que goste da leitura!
E, se quiser conhecer um pouco mais dos meus rabiscos, acesse minhas redes sociais.

Instagram: @rafaellimaverde

Texto 1 —  Simão Pedro dos Santos (Pedro Pernambuco)

A Preá e a Cobra em lições para aprender

Ao dedicar sua fábula “Para todas as crianças da Terra”, Aldy Carvalho, sem perceber, dedica seu texto a todas as pessoas da Terra, leitoras ou ouvintes, que, porventura, tomem contato com a obra A Preá e a Cobra.

As crianças, ao conhecerem essa fábula, perceberão como na vida podemos ter surpresas ao lado daqueles que estão à nossa volta. Constatarão os adultos que nem sempre se pode contar com a generosidade e a solidariedade de tantos que nos rodeiam. No entanto, notarão – crianças e adultos – que pode haver também fios de esperança na bondade das pessoas, sobretudo, da parte de quem nem imaginamos.

Essa fábula nos permite ver, primeiramente, a arrogância da Cobra, seus ardis, sua capacidade de ameaça, de traição, de posse do que é do outro, sua casa, seu ninho. Seguem-se a covardia, a falta de sensibilidade e a astúcia dos que convivem em meio ao pequeno roedor. Seus argumentos revelam quanto são mais covardes que a Cobra, já que a omissão soa pior do que a mentira ou talvez seja uma mentira dissimulada, uma vez que é falta de verdade para com o outro.

De A Preá e a Cobra fica a lição às crianças, sobretudo, e a nós, adultos, mas não completos, de que o “amigo” mais próximo, por vezes, está muito distante. No desfecho ou moral de sua fábula, Carvalho, em importante diálogo com J. F. Lisboa, traz deste último a sentença: “Muitas vezes, para resolver problemas que nos amedrontam, afligem, só nos falta um pouco de vontade e coragem”.

Simão Pedro dos Santos (Pedro Pernambuco)

Professor adjunto do Colegiado de Letras da Universidade de Pernambuco (UPE), campus Petrolina.

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Texto 2 —  Ely Veríssimo

Uma fábula muito nossa

Uma marca distintiva do poeta, cantador, cordelista e escritor Aldy Carvalho é a tensão dialética entre dois polos distantes e distintos, que acabam por se encontrar numa síntese sempre feliz e apaziguada. Ora é a tensão entre forma e conteúdo, ora entre o particular e o universal, ora entre o local e o mundo.

Nesta pequena fábula que alcança o leitor infantil, Aldy parte de um gênero tão antigo quanto universalizado. E o faz na velha tradição de Esopo, com seus animais falantes, antropomorfizados menos no aspecto físico que no comportamental. Até aqui, trata-se da forma universalmente conhecida a serviço da expressão de um valor universal, isto é, a luta incessante e necessária contra o arbítrio e a injustiça.

Ocorre, porém, que a fábula é atualizada com personagens muito nossos, de uma fauna típica da caatinga, do sertão brasileiro, com seus nomes peculiares, como só pode acontecer em nossa fauna. Situando a sua fábula dentro de um espaço reconhecível pela sonoridade deliciosa dos nomes quase onomatopeicos, o autor nos obriga, pela estranheza paradoxal (já que somos brasileiros), a buscar, entre pais e avós, quem descreva esses animais tão próximos e tão distantes de nós como são distantes os polos antagônicos da dialética sempre presente na obra de Aldy Carvalho. E, nessa busca, talvez encontremos a nós mesmos, apaziguados na cultura que deixamos de admirar, na natureza de que deixamos de cuidar.

Ely Veríssimo, educador e ensaísta

FICHA TÉCNICA

Peso: 150 gramas

Dimensões: 20 cm x 20 cm

Número de páginas: 32

Encadernação: brochura

ISBN: 978-65-993177-8-1

Ano de publicação: 2022

Impressão e acabamento: Ipsis Gráfica

Miolo impresso em papel Couché 115 g e capa impressa em papel Supremo 300 g, com laminação Soft Touch.

A tiragem é de 200 exemplares.

Edição: baleia livros

Revisão: Aline Araújo e Carina de Luca

Diagramação: Debora Barbieri